Nasceu
na cidade do Rio de Janeiro em 01/02/1915 e faleceu em 03/05/1992
no Rio de Janeiro. Em 1931, durante a sua adolescência pobre,
trabalhou nas quadras de tênis do Fluminense como "apanhador
de bola", sendo mais tarde destacado para o estande de tiro,
marcando, obreiando e preparando alvos para os atiradores treinarem.
Posteriormente, foi admitido no cargo de cobrador do clube, angariando
conhecimentos e simpatias de todos sócios. Foi aprovado
no concurso para cargo público e exerceu durante anos as
funções de investigador da Polícia Civil.
Em 1960, foi aprovado para o cargo de oficial de justiça,
onde trabalhou por cerca de 27 anos.
O
seu início no tiro se deu, quando ainda trabalhava no estande,
observando os melhores atiradores praticarem suas pontarias, passando
a gostar do esporte. Os atiradores, vendo aquele rapaz franzino,
vivo e interessado em acompanhar os treinos, emprestaram suas
armas e forneceram as sobras de munição para que
ele pudesse também atirar. O seu progresso no tiro foi
muito rápido, em face da sua habilidade e versatilidade.
Passou a competir com aqueles atiradores que lhe ajudaram no início
da carreira no mesmo nível técnico dos experientes
atiradores.
Filiou-se
ao Clube Regatas Flamengo, pois a sua condição de
funcionário do Fluminense não permitia disputar
pelo seu clube de coração. Em 1937, no Campeonato
Brasileiro por correspondência, obteve o 3º lugar na
prova pistola de guerra. Em 1938 e 1940, classificou-se em 2º
lugar em pistola livre com 519 pontos, sendo somente superado
pelo campeão Álvaro Santos.
A
sua estréia em eventos internacionais ocorreu em 1941,
no Torneio Internacional Brasil X Argentina, tendo conquistado
a medalha de ouro na prova de revólver 50 metros, com 485
pontos. Como integrante da delegação brasileira,
participou com destaque nas Olimpíadas de Londres, classificando-se
em 28º entre 50 concorrentes. Competiu, no 34º Campeonato
Mundial em Buenos Aires, obtendo 15º lugar na prova de revólver
50 metros e 4º lugar por equipe.
Nos
Jogos Pan-Americanos de Buenos Aires, em 1951, obteve o 6º
lugar em revólver, e 15º em pistola livre. No 35º
Campeonato Mundial em Oslo, em 1952, obteve 24º lugar em
pistola livre com 532 pontos. Integrou, ainda, a delegação
brasileira nos seguintes eventos: 36º Campeonato Mundial
de Caracas, em 1954, nas modalidades de pistola livre, tiro rápido
e fogo central; nos II Jogos Pan-Americanos do México,
em 1955, e no III Jogos em Chicago, com bons resultados. Venceu
os Jogos Luso-Brasileiros em 1963 e foi medalha de bronze por
equipe no II Campeonato Sul-Americano em Caracas, em 1965.
Conquistou
17 títulos carioca nas modalidades de pistola livre, tiro
rápido, fogo central, revólver 50 metros, pistola
standard e fuzil de guerra e 9 títulos brasileiros em revólver
50 m, pistola livre e tiro rápido.
No
início da década de 70, exerceu o cargo de diretor
de tiro do Fluminense, cumulativamente com o de diretor-técnico
da CBTA. Foi, ainda, convidado pela Escola Naval, na década
de 70, para treinar os aspirantes, tendo formado inúmeros
grandes atiradores que se destacaram nos Campeonatos da NAVAMAER
e nos Jogos Olímpicos de Moscou, em 1980, como os tenentes
Silvio Sousa Aguiar e Fernando Lessa Gomes. Era chamado carinhosamente
por seus alunos de "mestre" e estava sempre pronto a
acompanhar os treinamentos de seus alunos, transmitindo técnica,
experiência e confiança.
Incentivou
inúmeros atiradores, dentre os quais seu filho Eduardo
Fernandes Ferreira e seu primo Waldir Fernandes Ferreira que se
tornaram carabineiros e atletas do Fluminense.
Ao
conceder o título de Benemérito Atleta a Silvino
Ferreira, o Fluminense reconheceu os seus méritos desportivos
e o seu esforço pessoal, desde o seu início como
funcionário, passando por atleta, até chegar ao
cargo de Diretor de tiro, fechando um ciclo de 65 anos dedicados
ao clube.