Nasceu
em Belém do Pará em 25/06/1884 e faleceu em 18/04/1968
no Rio de Janeiro, com 83 anos.
Entrou
para a carreira militar ingressando na Escola Militar da Praia
Vermelha, sendo promovido à Aspirante Oficial em 1912.
Chegou ao posto de Tenente-Coronel em 1941, transferindo-se logo
em seguida para a reserva.
Quando
da inauguração do Revólver Clube na Lagoa
Rodrigo de Freitas, em 15/05/1914, o então Aspirante Paraense
foi convidado pelo presidente do clube Major Bernardo de Oliveira
para exercer o cargo de 2º Secretário.
O
Tenente Paraense era uma pessoa simples, tranqüilo, sem vaidades,
de baixa estatura, porém de forte compleição
física. Seu modo de empunhar a arma, com o braço
direito encolhido e trancado, seguia o modelo preconizado pelos
manuais militares da época, mas que o tornou famoso.
Foi
um emérito atirador de armas curtas, destacando-se em dois
grandes eventos internacionais. Em 1920, nos Jogos Olímpicos
de Antuérpia, ganhou duas medalhas olímpicas: medalha
de ouro na prova de revólver, com 274 pontos, e a medalha
de bronze, por equipe, na prova de pistola livre. Na época
das Olimpíadas contava com 36 anos. Conquistou a primeira
colocação competindo com um revólver Colt
emprestado pela equipe norte-americana. No seu regresso das Olimpíadas,
foi homenageado pelo Presidente da República Epitácio
Pessoa no salão de honra do Fluminense, juntamente com
Afrânio Costa, recebendo uma placa de prata da Liga de Defesa
Nacional, sendo na ocasião saudado pelo famoso escritor
Coelho Neto.
Em
1922, durante os Jogos Atléticos Sul-Americanos, organizados
em comemoração ao Centenário da Independência
do Brasil, no Rio de Janeiro, Paraense conquistou a medalha de
ouro na prova de revólver, com a equipe brasileira sagrando-se
campeã do torneio. A equipe era composta pelos atiradores
Tenente Paraense, Tenente Ferraz e Afrânio Costa,.
Venceu
os campeonatos brasileiros de 1913, 1914, 1915, 1918, 1922 e 1927
e foi campeão carioca de revólver em 1927. Apesar
dos dois feitos internacionais, resolveu abandonar o esporte no
início da década de 30 e não desejou concorrer
às Olimpíadas de 1932 e 1936.
Sempre
que era convidado, comparecia às festas do tiro no Fluminense,
permanecendo ao lado de Afrânio Costa, seu amigo e companheiro
de gloriosa jornada, vestindo terno e exibindo uma longa e respeitável
barba branca.
Em
05/05/1989, o Exército Brasileiro, por intermédio
do então Ministro do Exército - Gen Leonidas Pires
Gonçalves, também atirador, deu o nome do excelente
e moderno conjunto de estandes de tiro da Academia Militar de
Agulhas Negras, de "Polígono de Tiro Tenente Guilherme
Paraense", homenageando o grande atirador militar - primeira
medalha de ouro olímpica do Brasil.